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PIETRO COSTA
(Brasília – Distrito Federal – Brasil)
Natural de Brasília/DF - Brasil - 30.06.1981. Escritor. Poeta. Agente e Produtor Cultural. Presidente da Academia Cruzeirense de Letras. Membro de Academias Literárias e Entidades Culturais no Brasil e no exterior. Embaixador da Paz da OMDDH. Dr. Honoris Causa em Literatura pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Dr. Honoris Causa em Direitos Humanos, pela OMDDH.
Autor de 5 obras literárias (Entre a Caneta e o Papel, Chiado Books, 2018; A Rosa dos Ventos, Art Letras, 2019; Urbanos, Art Letras, 2020; Juras de Poesia Eterna, Art Letras, 2020; Lua a Pino, Edições e Publicações, 2021). Coautor de mais de 100 coletâneas. Coorganizador das Coletâneas Então é Natal (2020) e A dor que deveras sente (2021), ambas pela Versejar. Detentor de várias honrarias, prêmios e títulos. Redes sociais: https://linktr.ee/Pietro_Costa
XII COLETÂNEA SÉCULO XXI. Homenagem ao poeta José Inácio Vieira de Melo. Editor Jean Carlos Gomes — PoetArt Editora. Volta Redonda, RJ: Gráfica Dumond, 2022. 100 p.
ISBN 978-65-86744-43-9 Ex. bibl Antonio Miranda
PANDEMIA DE ENCANTOS
Aglomeradas no céu, as estrelas,
Espiando as cidades dormentes
E curando os olhares doentes,
Descobrem tumores e querelas.
Convite para a poética criação,
Para contemplar novas janelas,
Vivenciar a própria imensidão:
A loucura nos livra das celas.
Antes tormenta, e agora acalenta,
A solidão que enseja aproximação,
A tecnologia, profícua ferramenta,
Faz do distanciamento, conexão.
Os abruptos caminhos do “ter”,
Da sanha tosca por fama e poder,
Vão se perdendo pelo introspecto,
Passagens-paisagens do intelecto.
E o sonho e a realidade se enredam,
No lúdico afeto, vidas se enveredam,
E então lançam, livres, se quebranto,
Contra o langor, avareza e desencanto.
ENTRE A ABOBODA E O SUBSOLO
Laudas maculadas, culpas, fraquezas,
Nuances sombrias — mentes errôneas.
E nas linhas de infindas profundezas,
Cartografias cruas, espontâneas.
Nas memórias do subsolo, vaguezas,
Dilemas e falésias momentâneas.
Abismos que apaziguam, inteirezas,
Ambiguidades nada extemporâneas.
No Cogito, divindade e autocura.
Personagens, atroz voracidade:
Purgar demônios na literatura.
Crimes e castigos, identidade,
O herói-vilão suplantado, loucura.
Culpados, sim, por cada iniquidade.
PALAVREANDO
Não represar prantos e lamentos
Afugentar monstros destrutivos
Subir montes a passos intensos
Mapear os caminhos conflitivos
Palavrear, a cura dos tormentos
Levar-se pelos ventos criativos
Abraçar a emoção — momentos
E superar os desertos aflitivos
Debelar ofídios venenosos
Habitar o melhor dos mundos
Partilhar inventos venturosos
Lavrar campos fecundos
Pairar sobre paramos luminosos
Imergir em oceanos profundos
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Cadeira número 11
Patrono, Mário de Andrade
I COLETÂNEA DA ACADEMIA CRUZEIRENSE DE LETRAS. Rafael Fernandes de Souza (org.) Brasília: Art Letras Gráfica e Editora, 2019. 224 p. ISBN 978-85-9506- 135- 4 Ex. bibl. Antonio Miranda
O NASCIMENTO DE UMA IDEIA
Corpo celeste etéreo... em fibras revitalizado
Permutas cognoscitivas entre partículas e átomos
Dendritos e axônios reorganizando eventos e lapsos
Chispas disparando o óbvio, o mistério e o inusitado
Soneto itinerante na desventura e exploração
Cometa errante nessa telúrica dimensão
Tropeço de loucura na enfileirada multidão
Estrela brincante no vácuo da desolação
Parto lacrimejante de prosas, prantos e lirismos
Estalo que provoca fluxos titubeantes e contínuos
Perfumante eflúvio de rosas, cânticos e aforismos
Nirvana emocional a exibir-se no olhar franco e piscadela pueril
Sonho ensolarado, raios fúlgidos pairam sobre a bruma de fastio
Na orbe cerebral, meteoros tantos atingem ironias descobertas mil
E NO TÚMULO ARISTÓTELES CHOROU
No exame minucioso dos clássicos da ciência política
A gestão pública se dá com sobriedade e comedimento
Bem assim na vivência das lições do virtuoso estagirita
Que desaconselham a mesquinharia e o esbanjamento
Na administração pública brasileira, onde está a decência?
No loteamento do poder conforme critérios casuísticos?
Nas deliberações do convívio, onde se situa a prudência?
Na Lei Maior que se desvirtua por escusos subjetivismos?
Animais políticos perpetrando embustes pra dilacerar inimigos
Gritos e contendas incivilizadas para a preservação de "status
/e nichos
Pontes assimétricas mal interligam as realidade de e desvalidos
Cúmulo de regalias, facínoras incrustados em palácios,
mas o
/o povo se calou
Cargos comissionados retidos por desconfiança, e a
letargia
/se acomodou
Vãs filosofias no espaço da vida coletiva, e no túmulo
/Aristóteles chorou
SONETO DA IMPERFEIÇÃO
Sob o horizonte da virtude, leve seus sonhos até onde o sol raiar
No labor duro, uma lição importante de humildade a nos orientar
Releva a autocomiseração, até o monte conseguir escalar
Na beleza, bondade e verdade, o assombro a nos guiar
Compenetrado no espelho, constelação quântica de novas possibilidades
Não seja Narciso, empodere a sua mente para melhor observar
Em tantos estilhaços, exsurge a imperfeição de nossas ironias e
verdades
A amorosidade é o lume radioso, que reflete no romântico olhar
Abismos de silêncio nos passos despropositados
Nos estímulos em demasia, vista obnubilada e ombros cansados
Arte e poesia sem refinamento, no trato descuidado
Na escrita pasteurizada, lugares-comuns de sentido
Impulso criativo atado a referências e padrões fixos
A excelência está na repetição de hábitos construtivos
Á FLOR DA PELE
Néctar de beijos que o corpo estremece
Sussurros que entrecruzam desejos pelo ar
Aroma benfazejo que os sentidos perverte
Perjúrios se permutam em cortejos ao luar
Os silêncios que se sobressaem nos parque e convidam à reflexão
A temperatura que sobe pela dança maliciosa de afetos e simpatias
As folhas que caem das árvores e enfeitam os jardins da imaginação
A tontura que eclode na verossimilhança de gestos e ideologias.
A natureza é movimento polinizador, e o amor favorece
A voz divina ressoa na dialética harmoniosa entre as espécies
A beleza é empoderamento agregador, que nos poetas alvorece
Planando sobre vaidades frívolas, à mercê do Pleno somos entregues
Tais como colibris, livres se alegres, cuja intensidade não esmorece
Eis a verdade dos sentimentos, desabrochando vívida, à flor da pele
SOLUÇÃO NÃO ESTÉRIL
Para alívio da irritação ocular
Mantenha fora de seu alcance
Textões prontos para replicar
Dê aos livros outra chance
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
PIETRO COSTA. Sol Ridente. / Sol Sonriente. Capa e ilustrações: Symone Elias. Prefácio: Wanda Rop. Rio de Janeiro, RJ: Literarte, 2023. 263 p. ISBN 978-65-865528-63-3 Ex bibl. Salomão Sousa
DESVELO DIVINO
Demarcar demônios Desencadenar diálogos
Derograr diatribes Densos
Diluir ensoñaciones Relajarse dramas
Dantescos Daños
Enfrentar dilemas Draconianos
Pautas Decomponer dogmas
Dédalos Deletéreos
Divagar desordenes Distinguir habilidades
Delinear desiertos Deméritos
Entender dicotomias Desnudar dispositivos
Delincuencias Decrépitos
Dones Diluir dudas
Deliberar designios Débiles
Disidias Dilatar destinos
Denotar despautérios Desvelo divino
Desacuerdos Dostoiévski
DESVELO DIVINO
Demarcar demônios Deflagar diálogos
Derrogar diatribes Densos
Dilucidar devaneios Desopilar dramas
Dantescos Danos
Defrontar dilemas Draconianos
Diretrizes Decompor dogmas
Dédalos Deletérios
Divagar desordens Distinguir destrezas
Delinear desertos Demétrios
Depreender dicotomias Desnudar dispositivos
Delinquências Decrépsitos
Dádivas Diluir dubiedades
Deliberar desígnios Débeis
Desídias Dilatar destinos
Denotar despautérios Desvelo divino
Desventuras Dostoiévski
Dissensos
ENTRE LA CÚPULA Y EL SUBSUELO
Laudas manchadas, culpas, debilidades,
Matices sombrios — mentes erróneas.
Y en las líneas de la profundidad sin fin,
Cartografías crudas, espontáneas.
En las memorias del subsuelo, la vaguedad,
Dilemas y acantilados momentáneos.
Abismos que apaciguan, enterezas,
Ambiguedades no extemporáneas.
No Cógito, dividad y autocura.
Personajes, veracidad atroz:
Purgar demonios en la literatura.
Delitos y penas, identidad.
El héroe-villano suplantado, la locura.
Culpables, sí, por cada iniquidad.
ENTRE A ABÓBADA E O SUBSOLO
Laudas maculadas, culpas, fraquezas
Nuances sombrias — mentes errôneas.
E nas linhas de infindas profundezas,
Cartografias cruas, espontâneas.
Nas memórias do subsolo, vaguezas,
Dilemas e falésias momentâneas.
Abismos que apaziguam, inteirezas,
Ambiguidades nada extemporâneas.
No Cogito, divindade e autocura.
Personagens, atroz veracidade:
Purgar demônios na literatura.
Crimes e castigos, identidade.
O herói-vilão suplantado, loucura.
Culpados, sim por cada iniquidades.
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ESPÍRITU ARTIVISTA
Los túneles temporales a cruzar
Locomotora poética loca
Por todos los lenguajes, a pasar
Semana del arte inventivo y audaz
Theatro Municipal de São Paulo
Del 13 al 18 de febrero de 1922
Otras estéticas, un nuevo hito
Al academicismo se sobrepuso
Viajar en las vanguardias europeas
Sin apartarse de la cultura nacional
Acercarse al lenguaje oral
Burlar aburridas reglas e ideas
Oswald, Milliet, Brecheret, Malfatti
Heitor Villa-Lobos, Mário de Andrade
Escandalizar, el lema de cada baluarte
Espíritu artivista — nueva forma de arte
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ESPÍRITO ARTIVISTA
Os túneis temporais a traveRsar
Locomotiva poética tresloucada
Por todas as linguagens, a perpassar
Semana de arte inventiva e ousada
Theatro Municipal de São Paulo
Entre 13 e 18 de fevereiro de 1922
Outras estéticas, um novo marco
Ao academicismo se sobrepôs
Viajar nas vanguardas europeias
Sem desviar da cultura nacional
Aproximar-se da linguagem oral
Burlar enfadonhas regras e ideias
Oswald, Milliet, Brecheret, Malfatti
Heitor Villa-Lobo, Mário de Andrades
Escandalizar, o lema de cada baluarte
Espírito ativista — novel forma de arte
AUTOPOIESIS
Nuestro potencial es impedido,
Ante el fortuitos, paralizados,
El miedo aturde al espíritu,
Y los deletreos no se queman
Semiótica de la mirada desprendida,
Vacíos abarcan significados.
En la tertulia del amor correspondido,
Los dones excelsos son manifestados.
Entorno del ser, cuántica apertura:
¿Salto o colapso, cuál es la decisión?
¿Andante errante o divina busca?
En el sutil pincel de la observación,
En las sonatas de la alta cultura:
El infinito impregna la dirección.
AUTOPOIESIS
Nosso potencial é impedido,
Ante o fortuito, paralisados,
O medo deixa o espírito aturdido,
E deletérios numes são incensados.
Semiótica do olhar desprendido,
Vazios abarcam significados.
Na tertúlia do amor correspondido,
Os dons excelsos são manifestados.
Entorno do ser, quântica abertura:
Salto ou colapso, qual a decisão?
Andança errante ou divina procura?
No sutil pincelar da observação,
Nas sonatas da elevada cultura:
O infinito permeia a direção.
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Página ampliada e republicada em setembro de 2023
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Página ampliada e republicada em junho de 2022
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página publicada em abril de 2022
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